Durante
algum tempo, músicas de ninar tomam coro em seu dia a dia. Sem entender muito
bem o porquê, um sono tranqüilo vem a dominar o seu pequenino corpo. As falas
avançam e você passa a completar as últimas palavras das musiquinhas, agora
mais alegres, mais divertidas, junto de sua mãe. Com algumas músicas a mais,
você passa a cantarolar com amigos, em rodas de ciranda, Quadrilhas Juninas ou
na levada de brincadeiras. Mas não mais aquelas músicas que sua mãe cantava.
Aquilo era coisa para criança, não é mesmo? À noite, ver seu pai ao lado do
rádio ouvindo um tal de Sinatra, causa uma admiração que você mesmo não
entende. Simplesmente fica olhando aquele cansado homem, sentado, com o olhar
parado, pensando longe, notando o prazer que lhe proporcionam aquelas palavras
que, certamente, não sabe o que dizem, mas que fazem todo o sentido ao
senti-las, silenciosamente.
De
repente, você se depara com um topetudo, vestido com roupas extravagantes,
chamado Elvis Presley. E não é que ele dança bem? Vira uma febre. Géis e mais
géis tomam conta de seu armário. É um arraso.
Ah, mas
você queria conhecer mais. Quando quatro rapazes de Liverpool colocam o mundo
de cabeça para baixo, você dança bailes ao som de A
Hard Days Night, e
diz que quer segurar a mão da moça, fazendo alusão ao outro hit. Janis
Joplin, Johnny Rivers, Rolling Stones, tomam conta de seus dias. O fim
do mês nunca foi tão esperado. Assim que o pagamento vem, você corre para a
loja de discos. Porém, músicas e bailes diminuem, e It´s A Hard
Life começa a prender mais a sua atenção. Love Me Tender soa nostálgico. É
claro que com Satisfaction tocando
você ainda arrisca uns passos, mas nada de exagero.
Led
Zeppelin conduz sua lua de mel. As calças ficam com bocas maiores que sua
cintura, e você teima em não cortar esse cabelo. Seu filho tem a sorte de, além
das músicas de ninar que ouve, conseguir adormecer em seu colo ao compasso de .Wish
You Were Here,Eric Clapton
o tranqüiliza nos momentos de brigas. Elton John o faz dançar para fazer as
pazes. Acontece… No Domingo, “Gitá” e “Al Capone” animam o churrasco com a
família.
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Bruno,
ResponderExcluirnovamente o problema com a letra,
não sei como mas o texto invadiu os gadgets,
isto é um problema não da para ler nada.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBruno,
ResponderExcluiressa sua crônica está tão bacana que vale a pena ser retrabalhada! As imagens que você constrói a partir das músicas estão muito boas, bem descritas e claras, parabéns. Há uma questão de coerência, eu pensei, ao ler, que você estava descrevendo o crescimento de uma pessoa, a partir das músicas de ninar ao Led Zepellin, mas ao final achei que podia ser a semana de um pai. Acho que isso não ficou bem claro, de qual ponto de vista você está narrando?
Dê uma olhada e arrume, vai ficar um texto excelente.
Luana